“Ê a baiana deu sinal

(Oh lelê, baiana)

A baianinha deu sinal

(Oh lelê, baiana)...”

Os versos icônicos de Nega Duda já deram o sinal: hoje, a gente vai te levar no embalo do samba de roda!

Se você já teve o privilégio de visitar o Recôncavo Baiano, com certeza ouviu os batuques contagiantes desse ritmo ancestral. Parte importante da identidade cultural da Bahia, ele é capaz de provocar arrepios até em quem não costuma se emocionar com a música. Afinal, o samba de roda é muito mais do que um gênero musical: é uma mistura alegre de cadência, dança e poesia que sempre encanta os espectadores e os viajantes que curtem turismo de experiência.

Além disso, o samba de roda carrega uma história riquíssima, marcada pela resistência e pelos muitos encantos que fazem da Bahia um lugar tão único. Quer embarcar numa viagem cultural inesquecível? Então continua por aqui, que nós vamos te contar a origem do samba de roda, algumas de suas características e outras curiosidades fascinantes!

Entenda a origem do Samba de Roda

Embora a origem do samba de roda ainda seja tema de debates entre pesquisadores, todo mundo concorda que ele é um tesouro da herança afro-brasileira.

Assim como a capoeira, o samba de roda nasceu da imensa bagagem cultural conservada pelos africanos trazidos ao Brasil entre os séculos 16 e 19. Desde a época da colonização, eles usavam a música e a dança para conservar a poderosa memória de seus antepassados e de suas crenças: as primeiras canções muitas vezes louvavam os orixás – entidades da fé iorubá – e outros elementos que faziam parte da identidade desses grupos.

Em outras palavras, as reuniões dançantes que deram origem ao samba de roda eram formas de resistência que foram levadas adiante pelas populações afro-brasileiras. Com o tempo, a tradição acabou incorporando traços vindos de outras culturas, como o uso da viola e do pandeiro, instrumentos trazidos pelos portugueses.

As primeiras manifestações do samba de roda da forma como conhecemos hoje foram registradas por volta de 1860. Especialmente querido no Recôncavo Baiano, ele aparece nas mais diversas ocasiões – de grandes festas populares até aquele almoço em família de domingo –. Não é à toa que o samba de roda carrega o título de Obra-Prima do Patrimônio Oral e Imaterial da Humanidade. Merecido, né?

Confira as principais características do Samba de Roda

Mas, afinal… como acontece o samba de roda? Como reconhecê-lo durante sua estadia em terras baianas?

Bem, até para quem nunca ouviu falar no ritmo, o samba de roda é inconfundível. Nada se compara à energia envolvente que domina o ar quando as palmas começam! Como o próprio nome sugere, tudo começa com um grupo de pessoas que se reúnem formando um círculo. O som fica por conta dos instrumentos, que geralmente são atabaques, berimbaus, violas, chocalhos, ganzás, reco-recos, agogôs e pandeiros.

Além disso, a marcação característica do samba de roda é feita com o bater das palmas das mãos, que carrega os instrumentos e as vozes em uma harmonia incrível. Tradicionalmente, essa mistura apaixonante ainda ganha o tempero fantástico das letras, carregadas de poesia e declamadas por um solista ou pelo grupo todo, e da dança – mas sobre isso, a gente vai falar daqui a pouco –.

Samba de Roda: Músicas que fazem qualquer um se alegrar

Com a popularização do rádio, o samba de roda ultrapassou as fronteiras da Bahia e se espalhou pelo Brasil (e pelo mundo) inteiro.

A primeira música de samba de roda gravada em um disco foi a canção “Pelo Telefone”, interpretada pelo ícone Donga em 1916. Eternizado como um dos maiores nomes da história do gênero, Donga frequentava as rodas que se formavam semanalmente no quintal de Tia Ciata, sambadeira do Recôncavo Baiano que teve um papel super importante na consolidação do ritmo.

Várias músicas de samba de roda ganharam o mundo pela voz de artistas famosos, como Caetano Veloso. Sua versão de “Alguém Me Avisou”, composta pela lendária Dona Ivone Lara, fez bastante sucesso nas paradas musicais. Outras grandes referências que você talvez já tenha ouvido por aí são “Marinheiro Só”, de Clementina de Jesus, e “Roda Pião”, de Dorival Caymmi. Pesquisa aí e dá o play!

Além das personalidades que já mencionamos aqui, o panteão de grandes astros e estrelas do samba de roda inclui nomes como Dona Edith do Prato, Nega Duda e Ataulfo Alves. Só artista de peso, hein?

Dança capaz de movimentar a alma

A música de samba de roda já encanta por si só… mas ela fica ainda melhor mexendo o corpo, é claro!

No samba de roda, a dança também tem um papel crucial na tradição. Ela geralmente fica por conta das mulheres, que vão para o meio da roda. Os movimentos hipnotizantes das dançarinas incluem muitos rodopios, pisadas fortes e cadenciadas e balanço dos quadris – motivo pelo qual o samba de roda também é chamado de “umbigada” –.

Aliás, os rituais da dança no samba de roda podem variar. Essas regras que orientam o remelexo deram origem às duas variantes do ritmo: o samba chula e o samba corrido.

Em uma roda de samba chula, a dança só começa depois que o solista declama uma poesia. Até o verso final, os demais participantes do grupo esperam parados. Já no samba corrido, a dança e a música acontecem ao mesmo tempo.

Entenda a diferença do Samba de Roda para o Samba Carioca

Quando você imagina uma roda de samba, o que vem na sua cabeça é um clássico rolê carioca?

Não tem problema! O samba de roda e o samba carioca têm mesmo uma relação bem próxima. Na verdade, existem evidências de que o samba do Recôncavo Baiano viajou pelo Brasil até chegar no Sudeste e deu origem à tradição musical mais famosa do Rio de Janeiro. Apesar desse parentesco, as duas manifestações têm muitas diferenças entre si, a começar pela denominação de seus participantes: quem faz o samba de roda são os sambadores e as sambadeiras. No Rio, o termo usado é “sambistas”.

Embora a formação em roda seja comum no samba carioca, ela não é essencial: a dança e a música aparecem em várias outras configurações. Você já deve ter visto as apresentações grandiosas das escolas de samba do Rio de Janeiro, por exemplo. Já no samba de roda baiano, esse modo de fazer festa – com todo mundo reunido em um círculo – é absolutamente indispensável.

Falando nas escolas de samba, vale mencionar que outra diferença importante entre as modalidades é justamente a caracterização. No samba carioca, como você deve saber, a beleza dos trajes fica por conta de muita purpurina, lantejoulas, penas, acessórios chamativos e adornos de cabeça pesados. As dançarinas do samba de roda, por outro lado, costumam usar saias rodadas feitas com tecidos leves de estampas coloridas, turbantes e outras peças associadas a o que as pessoas de outros estados conhecem como “traje de baiana”.

No fim das contas, dá para perceber que são mesmo dois ritmos bem diferentes – e cada um deles tem sua beleza própria –.

Samba de Roda é um pouco da Bahia de verdade e você ainda pode ampliar sua experiência passando alguns dias na Costa do Sauípe!

E agora que você já conhece a história maravilhosa desse gênero que é a cara da baianidade, vai curtir ainda mais a energia apaixonante que ele transmite. Não dá para negar que o samba de roda toca na alma de todo mundo que tem a chance de presenciar seu encanto. Aliás, na Bahia, tudo transmite essa alegria mágica.

Quer mergulhar nessa cultura espetacular? Vem pro Costa do Sauípe! Assim, você conhece o samba de roda e outras maravilhas da baianidade de pertinho. De quebra, sua família aproveita o conforto incrível de uma estadia all inclusive em um resort premiado e aproveita as praias paradisíacas do litoral norte.

Inclusive, semanalmente, dentro do complexo do Costa do Sauípe, mais precisamente no Circo da Vila, acontece o nosso espetáculo Baianidades! É a nossa forma de exaltar o samba e a cultura baiana como um todo! A programação do espetáculo pode ser consultada na recepção ou nos nossos canais de contato.  

As férias dos sonhos esperam por você no Costa do Sauípe!