Autor
Costa do Sauípe
Equipe Costa do Sauípe
Odoyá, minha mãe!
Se você já foi a Salvador, com certeza se encantou com a alegria vibrante e a explosão de cultura que correm pelas ruas da cidade. E essa atmosfera envolvente, que já é marca registrada da capital baiana, fica ainda mais forte no Dia de Iemanjá!
Talvez você nem saiba muito bem o que essa celebração significa para os soteropolitanos. Mas com certeza conhece outras homenagens prestadas a Iemanjá. Já pulou aquelas sete ondinhas da sorte durante o Réveillon na praia, por exemplo? Adivinha a quem essa superstição é dedicada.
Na Terra do Dendê, a Festa de Iemanjá é uma grande mistura de fé, ancestralidade, música e mais elementos que são pura baianidade. Todos os anos, a multidão vestida de branco desfila pela Praia do Rio Vermelho carregando as lindas oferendas e muito, mas muito axé. Não é à toa que o Dia de Iemanjá encanta todo mundo – até mesmo quem não tem muito apego à religião –.
Para te ajudar a entender melhor a força desse evento maravilhoso, preparamos um conteúdo especial sobre ele. Vem com a gente fazer um passeio massa por Salvador, aprender a história da Rainha do Mar e descobrir o que torna o Dia de Iemanjá tão incrível!
Iemanjá, Yemojá, Inaê, Rainha do Mar, Dona Janaína: esses são apenas alguns dos nomes atribuídos a uma das figuras mais importantes da cultura popular brasileira.
Mas, afinal de contas, quem é Iemanjá? Nossa homenageada de hoje faz parte da tradição religiosa secular dos povos iorubás, trazidos da África durante o período de colonização do Brasil. Os iorubás conservaram sua fé nos orixás – entidades de poder sagrado associadas à natureza – apesar do persistente esforço que os colonizadores europeus empenhavam para apagá-la.
Adorada em religiões de matriz afro-brasileira, como umbanda e candomblé, Iemanjá é uma obirinxá (orixá feminina) dos mares e das águas. Sempre generosa, ela guarda seus filhos humanos contra todos os perigos do oceano, motivo pelo qual é considerada a padroeira dos pescadores e navegantes em geral. Sua denominação mais famosa deriva do iorubá Yèyé omo ejá, que significa “mãe dos peixes”. Aliás, Iemanjá é uma mãezona em todos os sentidos: conhecida por seus atributos maternais, a Rainha do Mar deu origem aos outros orixás cultuados na religião iorubá (e nas crenças afro-brasileiras). É comum que os devotos recorram a ela quando buscam acolhimento, amor e compreensão. Nada melhor que um abraço de mãe, né?
No Brasil Colônia, os iorubás escravizados precisaram usar estratégias de sobrevivência para manter vivo o imaginário de Iemanjá e dos outros orixás. Para disfarçar seus ritos (que eram proibidos pelo cristianismo), eles associaram as entidades africanas às imagens cristãs. Foi assim que Iemanjá acabou sendo “misturada” com uma outra figura também chamada de “Mãe de Todos”: a Virgem Maria. Nesse processo de fusão entre crenças, a Rainha do Mar também é associada a Nossa Senhora dos Navegantes e a Nossa Senhora das Candeias.
Parte de um panteão antigo que protagoniza incontáveis lendas e causos milagrosos, a Rainha do Mar aparece em muitos mitos iorubás.
Filha de Olocum, entidade que já dominava os mares, Iemanjá se casou com Odudua, o grande e poderoso criador do Aiê (mundo). Dessa união surgiram dez filhos orixás, que Iemanjá nutriu e cuidou com um amor imenso. Essa família sagrada usava formas humanas para viver aqui na Terra, na próspera cidade de Ifé, que era governada por Odudua.
Apesar do amor pelos filhos, a Rainha do Mar não sentia mais vontade de viver em Ifé com Odudua. As diferentes versões dos mitos costumam discordar entre si no que diz respeito ao motivo por trás dessa decisão, mas todos contam que Iemanjá resolveu fugir de casa. Um dia, ela saiu do palácio de Ifé sorrateiramente e caminhou rumo ao oeste em uma jornada que a levaria a conhecer seu próximo marido, o rei Okerê.
Mas Odudua não estava disposto a deixar Iemanjá ir embora. Ele enviou várias tropas em busca da esposa, obtendo sucesso na missão de encontrá-la. O que Odudua não imaginava era que Iemanjá não se deixaria capturar tão facilmente: quando o exército de Ifé avançou em direção à rainha fugitiva, os soldados viram que ela carregava um pote de barro nas mãos.Era um presente sagrado dado por Olocum a Iemanjá antes de ela encarnar na Terra. Apesar de parecer uma simples vasilha, o recipiente guardava um preparado mágico poderosíssimo. Iemanjá quebrou o pote no chão, e dele surgiu um grande rio. Nas águas dessa correnteza, ela escapou das tropas de Oludua e foi levada até o mar, onde pôde voltar para os braços acolhedores de Olocum.
Ufa! A história de Iemanjá é emocionante, né? E olha que essa é só uma parte de seu mito principal. Apesar das variações entre as lendas, uma coisa é fato: em todas as histórias, a Rainha do Mar se recusa a abaixar a cabeça. Ela é um símbolo de força e resistência, louvada também como exemplo de perseverança feminina.
Agora que você conhece um pouquinho do que a Rainha do Mar significa para seus devotos, fica mais fácil entender por que o Dia de Iemanjá é tão importante.
Celebrada em toda a Bahia e em várias outras partes do Brasil, a Festa de Iemanjá é especialmente animada em Salvador. Assim como a Lavagem do Bonfim, é uma das festividades populares mais tradicionais do calendário soteropolitano. Reunindo cristãos, umbandistas, candomblecistas, curiosos e entusiastas da cultura africana ou afrobrasileira, a celebração acontece sempre no dia dois de fevereiro. As comemorações ocorrem no bairro do Rio Vermelho, que também é conhecido por sua agitada vida noturna e pela linda Praia do Rio Vermelho. É óbvio que os ritos do Dia de Iemanjá – sobre o qual vamos falar daqui a pouco – acontecem na areia da praia, com direito a muita emoção e várias oferendas enviadas para o mar.
Sabia que o Dia de Iemanjá é celebrado em Salvador há mais de cem anos?
Sim, tudo isso! Embora tenha sofrido algumas mudanças ao longo do tempo, a festa acontece oficialmente desde 1923. Mas antes disso, em meados do século 19, a Rainha do Mar já aparecia em uma celebração popular chamada de Romaria dos Jangadeiros. Além disso, ela era constantemente adorada com presentes e pequenas festas nos terreiros de umbanda e de candomblé. A tradição da Festa de Iemanjá como conhecemos atualmente foi iniciada por um grupo que sempre teve uma ligação forte com a entidade: os pescadores. Na década de 1920, eles começaram a enviar oferendas à Rainha do Mar na esperança de melhorar a fartura da pescaria e contornar a escassez de peixes. Durante muitos anos, a Festa de Iemanjá dividiu espaço com outra festa mais famosa, a de Nossa Senhora de Sant’Ana.
Lá pelos anos 1960, entretanto, a Rainha do Mar se tornou protagonista nas celebrações de fevereiro. Em 1967, o evento dedicado a ela já superava a Festa de Nossa Senhora de Sant’Ana no quesito popularidade. Juntando cada vez mais gente, a celebração passou a receber uma organização mais sofisticada, proporcionada pela colaboração entre a Colônia de Pescadores e o povo de santo (adeptos das crenças afro-brasileiras).
Hoje, a Festa de Iemanjá é considerada patrimônio cultural de Salvador. Pode acreditar quando a gente diz: a emoção de acompanhar o cortejo é realmente incomparável!
Já durante as primeiras horas do dia 2 de fevereiro, a região do Rio Vermelho ganha ares místicos – é a atmosfera mágica da Festa de Iemanjá –.
Para os devotos mais apaixonados, a celebração começa na noite anterior, no templo Casa de Iemanjá. Nos ritos da véspera, os fiéis promovem várias horas de música, dança e louvor à Rainha do Mar. É também o momento em que eles dão os toques finais em suas oferendas e no grande presente principal, símbolo máximo do Dia de Iemanjá.
Durante todo o dia 2, a Praia do Rio Vermelho fica tomada por uma festança capaz de contagiar qualquer um. É uma mistura fantástica entre o sagrado e o profano, levada no ritmo profundo dos tambores e dos pontos de candomblé e umbanda. Além das canções sagradas, a trilha sonora do Dia de Iemanjá inclui grupos de samba, percussão para todos os gostos, emocionantes rodas de capoeira e várias outras manifestações que revelam a riqueza da cultura baiana. Ao deixar os batuques te levarem pela Orla do Rio Vermelho, você vai se deparar com barraquinhas e vendedores de comida de rua servindo iguarias deliciosas como acarajé e abará – com direito a muito vatapá, caruru e azeite de dendê –.
Depois de um dia inteiro de alegria e celebração, o ponto alto da Festa de Iemanjá acontece às 16h. É o momento em que os pescadores levam as oferendas dos fiéis e o presente principal para o mar em uma linda procissão marítima. Os mais de 500 balaios recheados de flores, perfumes, alimentos, bebidas, frutas e outras ofertas são conduzidos em embarcações para que sejam entregues a Iemanjá.
A esse ponto, você já deve estar com vontade de conhecer o Dia de Iemanjá de Salvador pessoalmente.
E é claro que a gente super apoia a ideia! Aliás, para te ajudar a tornar essa experiência única ainda mais memorável, elaboramos uma pequena lista de sugestões úteis para quem deseja aproveitar a Festa de Iemanjá da melhor forma possível.
Prepara sua oferenda, capricha no protetor solar e vem conferir nossas dicas para o Dia de Iemanjá!
Em Salvador, como já mencionamos ali em cima, a festa do Dia de Iemanjá começa antes mesmo da data oficial. Por isso, se você quiser curtir todos os momentos da celebração, anota aí nossas dicas: chegue na cidade no dia anterior (ou antes) e pode configurar o despertador para tocar cedo. Mas cedo mesmo.
No dia dois de fevereiro, as comemorações se iniciam assim que o sol nasce, mais ou menos às 4h30 da manhã. O amanhecer é recebido com uma salva de tambores e queima de fogos na Praia do Rio Vermelho – um espetáculo que com certeza vale algumas horinhas do seu sono matinal –.
Situada bem ao lado da Praia do Rio Vermelho, a Casa de Iemanjá é um templo pequenino mas importantíssimo.
Ela fica de frente para o mar, na Via Fontenelle, e é o ponto de partida para o cortejo do Dia de Iemanjá. É de lá que saem muitas das oferendas e também o presente principal preparado para a Rainha do Mar. Portanto, vale a pena separar um tempinho para visitar a adorável Casa de Iemanjá – mas lembre-se: no dia da festa, ela vai estar cheia de gente o tempo todo –.
Decidiu levar uma oferenda para Iemanjá? Então você vai adorar saber que pode fazer isso de várias formas diferentes.
É possível deixar seu presente na Colônia dos Pescadores para que ele seja embarcado no cortejo das 16h. Se quiser, dá até para pegar um barquinho e acompanhar a procissão marítima para ver a entrega de perto. Caso você prefira, também existe a possibilidade de embarcar para deixar seu presente em alto-mar em outro horário – basta encontrar um barqueiro disposto a te levar –. Mas é claro que você também pode jogar sua oferta no mar da areia mesmo ou deixá-lo junto da água. Para Iemanjá, o que importa é a intenção!
Você pode presentear a Rainha do Mar com flores brancas, caldas ou doces de ameixa ou pêssego, manjares, melão, mel e perfume de alfazema, por exemplo. Mas lembre-se de arrumar tudo em recipientes biodegradáveis: as oferendas do Dia de Iemanjá são enviadas em cestos de palha e outros invólucros que não poluem o oceano. Nada de plástico ou vidro, hein?.
Talvez você já tenha visto por aí algumas fotos da imagem de Iemanjá. Em quase todas as representações, ela aparece trajada com roupas brancas ou azuis. É por isso que, tradicionalmente, quem participa do Dia de Iemanjá procura seguir esse dress code. Na hora de prestigiar o evento, assegure-se de que a maior parte do seu figurino é composto por essas duas cores – ou pelo menos a camisa –.
Caso você pretenda se deslocar de carro durante sua estadia em Salvador, saiba logo que o veículo não vai ser muito útil para chegar ao Rio Vermelho no Dia de Iemanjá.
Afinal, o evento é tão grande que para o trânsito do bairro! Por isso, prefira se hospedar junto dele. Se não for possível ir até à praia caminhando, nossa dica é solicitar uma corrida em algum aplicativo, pedir um táxi ou recorrer ao transporte público. De qualquer forma, no Dia de Iemanjá, é melhor deixar o carro na garagem.
Amor, comunhão, boas energias e pura cultura baiana: o Dia de Iemanjá é tudo isso e muito mais.
Há quem diga até que o Ano Novo de Salvador é comemorado no dia dois de fevereiro. E não é à toa: quando você tiver a chance de participar da Festa de Iemanjá, vai entender por que a celebração é tão adorada. É uma daquelas experiências que ficam na memória para sempre e que você se arrepia toda vez que se lembra, sabe? Pois é, tem coisas que só podem ser vividas na Bahia. Antes ou depois de festejar o Dia de Iemanjá, que tal curtir alguns dias de descanso bem pertinho do mar? No Costa do Sauípe, você aproveita o litoral norte da Bahia com os pés na areia, acesso privilegiado a praias paradisíacas e todo o conforto de um resort all inclusive.
Vem conhecer o Dia de Iemanjá e a Bahia de verdade! O Costa do Sauípe espera por você.
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