“Ouvi falar, do lado de lá
O povo gosta de música baiana
Ouvi dizer, acarajé tem dendê
Acarajé tem dendê, acarajé tem…”
Eita, coisa boa! Os versos de Jauperi são a trilha sonora perfeita para uma caminhada no calor do sol da
Bahia, né?
Principalmente quando o passeio termina de frente para um tabuleiro baiano clássico, cheio de cocada, caruru, vatapá e acará. É claro que não pode faltar aquele cheiro delicioso de dendê levantando fritura, a beleza da massa saindo dourada da panela e os mil acompanhamentos coloridos. Estamos falando do espetáculo que é o acarajé da Bahia.
Mas, afinal, o que é acarajé?
A iguaria feita de feijão-fradinho é um elemento importantíssimo para a identidade cultural e
culinária regional baiana, e também é muito mais que isso. Acarajé é comida que abraça, que desperta, que ativa o dendê no sangue. Não é à toa que todo turista que tem a oportunidade de experimentá-lo acaba se apaixonando.
Quer saber mais sobre essa delícia que é a cara da Bahia? Fica aqui que a gente te conta. Vamos te mostrar a trajetória que o acarajé percorreu até se tornar o que conhecemos hoje e passar algumas dicas para quem quer matar a vontade fazendo a receita em casa.
Bora!
Qual a origem do Acarajé?
O acarajé da Bahia é uma herança deliciosa da culinária africana, deixada pelo povo Iorubá.
Durante o período da escravatura, muitas pessoas dessa cultura foram trazidas ao Brasil, vindas de regiões onde hoje ficam a Nigéria, Benin, Camarões e Togo. Com elas, veio a receita de um bolinho frito chamado akara (que significa “bola de fogo”), que teria sido inspirado no falafel dos árabes.
Mas na África Ocidental, o grão-de-bico do falafel foi substituído pelo feijão. Para os iorubás, o acarajé é até sagrado, sabia? Pois é, ele é a comida oferecida a uma orixá, tradição que se manteve em algumas crenças afro-brasileiras. Por isso, ao chegar no Brasil, ele resistiu aos séculos e foi incorporando vários toques únicos no tempero e no preparo.
Hoje, poucas cenas traduzem a essência da Bahia tão bem quanto a imagem da baiana, com seu turbante adornado e brincos de búzio, espalhando a magia do acarajé pelas ruas. É lindo demais!
Qual é o processo de preparação do acarajé da Bahia?
Geralmente, a receita de acarajé da Bahia começa pela massa. Afinal, dizem que o grande mistério do prato está no preparo dela!
O primeiro passo, geralmente, é deixar o feijão de molho por algumas horas. Depois, ele é descascado e moído, processo que pode variar um pouco: tem baiana que prefere usar o tradicional pilão de acarajé, mas há quem faça com o moinho ou com o moedor elétrico. Então, entram na mistura o sal, a cebola e o azeite de dendê, que são batidos junto com o feijão moído.
Quando a massa fica pronta, é hora de pegar pequenas porções dela com uma colher, colocar no dendê fervente e deixar a magia acontecer. Só de imaginar já bateu uma fome aí, não?
Quais são os ingredientes tradicionais de um acarajé?
Apesar de ter algumas variações – como vamos te mostrar daqui a pouco –, o acarajé tradicional precisa de alguns componentes básicos, que fazem parte de todos os preparos.
Os ingredientes que não podem faltar são feijão fradinho cozido, cebola ralada, sal, azeite de dendê e camarão. O camarão, que vai no recheio, costuma ser refogado com alho para dar aquele gostinho especial. Ah, e é claro que acarajé tem que ter pimenta (e da boa)!
E quais os acompanhamentos mais populares?
Quando você for comer acarajé na Bahia, poderá escolher o recheio que a massa vai levar, já que ela aceita vários acompanhamentos e combina principalmente com frutos do mar.
Por isso, a pedida clássica é o recheio de camarão refogado. Mas você também pode incluir um pouquinho de vatapá, uma pasta que geralmente leva peixe desfiado, camarões secos, amendoim e temperos diversos. Outra opção comum é o caruru, mistura feita à base de quiabo que também leva gengibre, castanha de caju e pimenta.
Todas essas iguarias são símbolos da
culinária baiana, e pode confiar quando a gente afirma que elas vão super bem no acarajé. Além dessas opções, há quem curta adicionar vinagrete e até pasta de pimenta malagueta no recheio.
Quais são as variações regionais do acarajé?
Como tudo que é bom, o acarajé é adorado em muitas partes do Brasil e do mundo. Por isso, ele tem várias caras nos lugares em que é consumido, e a receita muda um pouco de acordo com a região.
Na África Ocidental, local de berço do acarajé, os recheios são menos elaborados: a massa geralmente é servida com pimenta em pó ou com um molho picante à base de tomate.
Nos vários estados do Brasil, o preparo pode variar na massa, já que alguns lugares substituem o tradicional fradinho por outros tipos de grãos, como o feijão carioca, o feijão branco ou até mesmo o milho verde cozido. Além disso, existem versões do prato que procuram facilitar o demorado processo de preparo, como as que usam o liquidificador para fazer as misturas.
E como a massa do acarajé é bem versátil, o recheio também se transforma com facilidade. Tem quem goste de comer com frango, com bacalhau, com outros tipos de peixe e até mesmo com acompanhamentos veganos ou vegetarianos, para incluir as pessoas que têm restrições alimentares.
Em outras palavras, sempre tem acarajé para todo mundo!
Melhor época do ano para experimentar o acarajé fresquinho
Agora que o acarajé já te conquistou, você pode estar se perguntando quando é o melhor período para conhecer as terras baianas e provar essa preciosidade culinária.
Aí a gente tem uma notícia massa: pode ser em qualquer época do ano! Afinal, a Bahia está sempre maravilhosa e de braços abertos para receber visitantes. O acarajé fresquinho é de lei, assim como a música envolvente, a beleza do mar cristalino, o sol e a simpatia incomparável dos baianos.
O calor da Bahia é constante, mas aqui vai uma dica: quando alguém te perguntar se você quer seu acarajé quente ou frio, se ligue! Isso não tem nada a ver com a temperatura do prato. Na verdade, é para saber se você prefere pouca pimenta (frio) ou com picância para dar e vender (quente).
Quais são os mitos e curiosidades relacionados ao acarajé?
Como já dissemos ali em cima, o acarajé tem uma origem ligada à religiosidade Iorubá, e é até protagonista de alguns mitos envolvendo os orixás, divindades da crença nagô.
Diz a lenda que a orixá Iansã, rainha dos ventos e das tempestades, queria fazer um prato especial para Xangô, seu marido, orixá da justiça e dos trovões. Para saber o que cozinhar, ela buscou a orientação do oráculo Ifá, que concedeu a receita e disse que Xangô deveria falar ao seu povo logo após comer.
Depois que Xangô se deliciou com o preparo, quando foi discursar, sua boca foi tomada por labaredas de fogo: o prato preparado por Iansã era o akara, a “bola de fogo”. Parece que ela caprichou na pimenta!
Hoje, o acarajé é uma comida sagrada oferecida a Iansã pelos devotos do candomblé e da umbanda. Além disso, é legal saber que a iguaria é tão importante para o Brasil que ganhou o status de patrimônio cultural imaterial da humanidade.
Como fazer Acarajé: receita simples para fazer em casa
Se o que você buscava era uma receita perfeita para apreciar o acarajé da Bahia em casa, chegou ao lugar certo. Vamos te mostrar como preparar uma versão deliciosa do prato, perfeito para compartilhar com os amigos ou com a família!
Comece separando os ingredientes da massa, que rendem mais ou menos cinco bolinhos:
Meio quilo de feijão fradinho;
1 cebola branca picada;
2 litros de água
Sal a gosto;
1 litro de azeite de dendê, para a fritura;
Para preparar, deixe o feijão de molho nos dois litros de água por um tempo (de preferência de um dia para o outro). Caso ache necessário, troque a água a cada 8 horas. Depois do molho, use as mãos para esfregar os grãos até que a casca saia completamente, retire-a e escorra o feijão.
Então, coloque ele no liquidificador junto com um pouquinho de água (cerca de meia xícara) e com a cebola. Vá batendo aos poucos até formar uma massa uniforme e lisa. Adicione também o sal e duas colheres de sopa do azeite de dendê. Depois de pronta, deixe a massa descansar por uma hora na geladeira.
Após o tempo de descanso, é hora de bater a massa! Use uma colher de pau para mexer por dez a quinze minutos, até que a mistura fique bem fofinha e branca. O próximo passo já é a fritura: no fogo médio, aqueça um litro de dendê. Pegue porções da massa com a colher de pau e distribua no azeite fervente, com cuidado. Se a mistura não afundar no óleo quente, parabéns, você acertou no ponto!
Espere dourar dos dois lados e prontinho. Para o acompanhamento, uma boa opção é refogar 500 gramas de camarão picado no azeite de dendê com cebola e alho. Mas que tal usar a criatividade e escolher os seus ingredientes preferidos para rechear os bolinhos?
Quer experimentar mais um pouco da Bahia de verdade? Venha para o Costa do Sauípe!
É, realmente, o acarajé tem dendê.
Além disso, tem também muita história, séculos de tradição e um sabor único, que carrega a essência baiana de um jeito encantador. Poucas coisas se comparam à experiência hipnotizante de assistir ao preparo dos bolinhos pelas mãos de uma baiana. E o resultado, é claro, é sempre de dar água na boca.
Que tal conhecer isso de perto e, de quebra, aproveitar as férias com os pés na areia? No
Costa do Sauípe, o acarajé fresquinho é preparado todo dia na Ala Terra do Sauípe Resorts, das 12h30 às 15h, para que os visitantes possam ter essa vivência inesquecível com a união perfeita entre tradição e conforto. E acredite: isso é só um pouquinho do que o litoral baiano e a estrutura do Costa do Sauípe tem a oferecer.
Ah! E se já estiver na hora de começar a pensar nas próximas férias, que tal dar uma olhadinha nos nossos
pacotes promocionais? Depois é só comprar o protetor solar e embarcar em uma experiência de deixar o coração quentinho.
O acarajé e toda a riqueza da Bahia esperam por você, assim como a gente, aqui no Costa do Sauípe!